segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

... "SEI LÁ"....

Eu sou intensa. Por mais que eu tente puxar o freio de mão, as emoções me dominam e pulam de dentro de mim desesperadamente. Procuro fazer o bem e ficar em paz com minha consciência e meu coração, mas de vez em quando cometo deslizes humanos. 
Sinto ciúme, e tenho dias azedos. Sou quase normal e quase louca. Não sei muita coisa, mas procuro estar com os olhos e ouvidos abertos para absorver tudo que a vida me dá. E eu amo, amo demais. Tenho um amor imenso pelas pessoas que são importantes na minha vida.

Hoje, falando com uma amiga, ouvi a seguinte frase "pela mulher que você é, a pessoa que está contigo tem que te dar o céu". Fiquei pensando nisso. O céu é tão grande, tão cheio de estrelas, tão lindo. Será que eu mereço? Me peguei pensando em coisas - parecidas - que já ouvi. Percebi que minha autoestima anda em queda livre, baixíssima. Acho que já faz algum tempo que ando assim, me sentindo um nada. Então, quando ouço esse tipo de coisa fico me perguntando: mereço? Sou tudo isso? Será? 
Decidi me olhar no espelho. Vi uma mulher com nariz delicado, boca bonita, olhos expressivos,Vi uma mulher que precisa perder vários quilos. Vi uma mulher que anda sorrindo pouco. Vi uma mulher que sente tanto, mas anda tão cansada que mal olha para si mesma. Sabe, tem coisas que ficam. Um dia, ouvi coisas pesadas, fortes, feias. Se fosse de qualquer um, tudo bem. Mas não. Era de uma pessoa importante.
E essa coisa ficou dentro de mim. Levou fermento. Cresceu. Se instalou. A partir daí, olho para o espelho e não vejo essa mulher bonita. Vejo uma pessoa insegura, com a autoestima lá no chão, vejo uma pessoa que não sabe se é capaz. Isso me assusta um pouco. Tem palavra que fica. Tem sentimento que foge. Tem coisa que agride. 
Eu, que adoro rir, nunca ri tão pouco. Meu riso e meu sorriso andam acanhados, tímidos, preferem ficar do lado de fora da festa observando tudo que acontece. Ando séria, introspectiva, fechada, refletindo sobre a vida.Me aconteceram coisas tão boas. Delas, procuro lembrar sempre. Me aconteceram coisas tão ruins. Delas, tiro lição. Dois mil e doze foi um ano marcante. E doído. 
 Em alguns momentos, a gente precisa de mais do que nos dão. Certos períodos são delicados, exigem mais atenção, cuidado, amor, dedicação, delicadeza. Acho que é isso: tô precisando do céu.
Ver as estrelas...
De vez em quando a gente precisa se posicionar, encarar os fatos de frente e fazer um raio-x criterioso do que se passa lá dentro. É que ninguém enxerga o nosso avesso. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Esconderijo

Crio meus esconderijos desde criança.
Lugares para onde eu possa fugir da vida, me esconder das pessoas e dos problemas.
Ou somente um lugar onde eu possa ficar sozinha com meus pensamentos.
Chorar, refletir, pensar.
Um lugar onde tudo que importa é o meu mundo.
Aos seis anos, construí meu primeiro esconderijo. Ao lado do guarda roupa em meu quarto, entre este e a parede, era o portal para o meu mundo secreto, de sonhos, fantasias. Ou apenas um esconderijo nada secreto, das broncas dos meus pais.
 Nada melhor do que fugir para debaixo da minha cama, pensando nunca ser encontrada.
Quando eu sentia raiva por algo que eu mesma fiz ou quando estava triste, corria para lá; e poderia passar horas e horas ali deitada, dividindo espaço com os monstros que ali habitavam.
Cresci e alguns desses monstros cresceram comigo, encontrando esconderijo dentro de mim
Com o passar do tempo, ficava feio uma garota da minha idade ter esconderijos.
Hoje, escondo-me em mim mesma.